Olhinho, Doisolhinhos, Trêsolhinhos


Egyszemke, kétszemke és háromszemke


Era, uma vez, uma mulher que tinha três filhas. A mais velha chamava-se Olhinho, porque só tinha um ôlho no meio da testa; a segunda chamava-se Doisolhinhos, porque tinha dois olhos, como todo mundo; e a terceira, chamava-se Trêsolhinhos, porque tinha três olhos: o terceiro estava no meio da testa.
Mas como Doisolhinhos era igual ao resto da humanidade, a mãe e as outras irmãs, detestavam-na. Por isso diziam:
- Tu, com os teus dois olhos, não és nada diferente da gente vulgar! Nada tens em comum conosco!
Viviam a enxotá-la de um lado para outro aos empurrões; atiravam-lhe os piores vestidos e, para se alimentar, davam-lhe as sobras de comida; torturavam-na, enfim, de mil maneiras.
Um belo dia, Doisolhinhos tinha que ir levar as cabras a pastar; mas estava fraca de tanta fome porque as irmãs lhe haviam deixado pouquíssimas sobras para comer. Então sentou-se à borda do campo e pôs-se a chorar; chorou tanto que as lágrimas, escorrendo-lhe pelas faces, formaram dois regatos.
Enquanto estava assim chorando, deu com uma mulher na sua frente, que lhe perguntou:
- Por que estás chorando?
Doisolhinhos respondeu:
- E não tenho razão para chorar? Só porque tenho dois olhos, como todo mundo, minha mãe e minhas irmãs detestam-me, empurram-me de um canto para outro, atiram-me vestidos velhos e dão-me apenas restos de comida para me alimentar. Hoje comi tão pouco, que estou morrendo de fome.
A mulher, que era uma feiticeira, então disse:
- Enxuga teus olhos, minha menina; vou dizer-te uma coisa, para que não padeças mais fome. E' isto: basta que digas à tua cabrinha:
- Linha cabrinha, põe a mesinha!
e logo surgirá à tua frente uma mesinha ricamente posta, coberta com o que há de melhor no mundo, e ninguém te impedirá de comer até te fartares. Assim que estiveres satisfeita, dize:
- Linha cabrinha, tira a mesinhal
e a mesinha desaparecerá. Dito isto, a feiticeira retirou-se e a mocinha ficou a pensar: "Vou experimentar já fazer o que ela disse, para ver se é verdade, pois estou morrendo de fome!" Dito e feito. Aproximou-se da cabra e disse:
- Linha cabrinha, põe a mesinha!
Mal acabou de pronunciar essas palavras, surgiu a mesinha e, sôbre a linda e alva toalha que a cobria, viu um talher e um prato, tudo de prata, e mais diversas ter- rinas cheias de iguarias deliciosas, bem quentinhas, como se saissem nesse momento do fogo.
Doisolhinhos ajoelhou-se e rezou uma oração bem curta, pois a fome não permitia mais: "Senhor e Deus meu, - disse ela - que sejas o meu hóspede, agora e para sempre, Amém." Em seguida, serviu-se e comeu com grande apetite. Depois de satisfazer-se, repetiu as palavras que lhe ensinara a feiticeira:
- Linha cabrinha, tira a mesinha!
E a mesa, com tudo o que tinha em cima, desapareceu.
"Oh, - pensou ela muito feliz, - essa é uma bela maneira de preparar a comida!"
À noitinha, quando regressou à casa levando a cabra, lá encontrou apenas um pratinho de barro, com o pingo de sobras deixado pelas suas irmãs; mas não tocou néle. No dia seguinte, tornou a levar a cabra a pastar, sem tocar nos restos que lhe deram para comer.
Ora, nas primeiras vêzes isso não despertou a atenção das irmãs, mas, como o caso se repetisse, elas ficaram desconfiadas e disseram:
- Há coisa nisto! Doisolhinhos não toca mais na comida que antes devorava; decerto encontrou outra saída!
Para descobrir a verdade, Olhinho foi incumbida de segui-la ao campo e prestar bem atenção ao que ela fazia, e ver se alguém lhe dava a comida e a bebida.
Assim que a irmã se pôs a caminho, Olhinho aproxi- mou-se-lhe dizendo:
- Vou contigo ao campo; quero ver se cuidas bem das cabras e as deixas pastar convenientemente.
Doisolhinhos percebeu a intenção da irmã e uma vez no campo, levou a sua cabra para o meio de um capim muito alto e disse:
- Vem Olhinho, sentemo-nos aqui; eu te cantarei qualquer coisa.
Olhinho sentou-se, pois estava muito cansada pela caminhada que dera e pelo calor que fazia; a irmã então pôs-se a cantar:
- Olhinho, velas tu? Olhinho, dormes tu?
e ela, fechando o ôlho, adormeceu. Certificando-se de que a irmã dormia realmente e não poderia revelar nada, Doisolhinhos chamou a cabra:
- Linha cabrinha, põe a mesinha!
Comeu tudo o que quis, bebeu o que lhe apetecia, e tornou a dizer:
- Linha cabrinha. lira a mesinha!
Imediatamente, desapareceu a mesa e tudo o que havia em cima dela. Em seguida despertou a irmã dizendo: '- Olhinho, vieste tomar conta das cabras e ver se pastam o suficiente e acabas dormindo! Contigo, elas poderíam perder-se tranqüilamente! Vem, levanta-te, vamos para casa.
Voltaram as duas para casa e também desta vez Dois- olhinhos deixou intacto o prato de comida. Olhinho não pôde explicar à mãe a razão por que a irmã não comia, e desculpou-se dizendo:
- Eu nada vi; pois lá no campo, deu-me sono e eu dormi um pouco.
No dia seguinte, a mãe disse a Trêsolhinhos:
- Vai tu com a tua irmã e presta bem atenção se ela come alguma coisa, ou se alguém lhe dá o que comer e beber.
Quando Doisolhinhos se aprestava a sair com as cabras, Trêsolhinhos disse-lhe:
- Vou contigo; quero ver se cuidas bem das cabras e as deixas pastar bastante.
A irmã compreendeu a intenção dela e, chegando ao campo, levou a cabra para o meio do capim bem alto, depois disse:
- Sentemo-nos aqui, Trêsolhinhos, quero cantar-te alguma coisa.
Cansada pela caminhada e pelo calor, Trêsolhinhos sentou-se e a irmã pôs-se a cantar o seu estribilho:
- Trêsolhinhos, velas lu?
Mas, ao invés de cantar:
- Trêsolhinhos, dormes tu?
Cantou distraidamente:
- Doisolhinhos, dormes tu?
E foi cantando, distraidamente:
- Trêsolhinhos, velas tu? Doisolhinhos, dormes tu?
Então, dois olhos fecharam-se e dormiram, mas o terceiro ficou aberto, pois a canção não se dirigira a êle. Trêsolhinhos, astuciosamente, fechou-o como se estivesse dormindo realmente êsse também. Entretanto, com êle espiava e enxergava tudo. Quando a irmã pensou que ela estivesse perfeitamente adormecida, pronunciou as palavras conhecidas:
Surgiu a mesa e ela comeu e bebeu fartamente, depois fêz desaparecer tudo, dizendo:
Trêsolhinhos vira tudo. A outra aproximou-se; despertou-a e disse:
- Linha cabrinha, põe a mesinha!
- Linha cabrinha, tira a mesinha!
- Trêsolhinhos, adormeceste? Como guardas bem as cabras! Vem daí, vamos para casa.
Chegando a casa, Doisolhinhos não comeu nada; mas a irmã contou à mãe que uma cabra lhe servia a melhor comida, numa mesa magnífica.
A mãe, cheia de inveja e de ódio, gritou:
- Ah, queres passar melhor do que nós? Hás de perder êsse gôsto!
Foi buscar um facão de açougueiro e matou a cabra.
Vendo isso, Doisolhinhos saiu desesperada, foi sentar-se à borda do campo e desatou a chorar. Repentinamente surgiu à sua frente a feiticeira, dizendo:
- Por que estás chorando, Doisolhinhos?
- E não tenho razão para chorar? Minha mãe matou a cabra que todos os dias me proporcionava tão gostosos alimentos; agora voltarei a padecer fome!
- Vou dar-te um ótimo conselho; - disse a feiticeira. - Volta para casa pede que te dêem os intestinos da cabra e enterra-os diante da porta; será a tua felicidade.
Dizendo isto desapareceu, e Doisolhinhos foi para casa.
- Queridas irmãs, - disse ela - dai-me alguma coisa da minha querida cabra! Não exijo o melhor; quero apenas os intestinos.
As irmãs puseram-se a rir dêsse estranho pedido e disseram:
- Podes pegá-los, já que não queres outra coisa!
A noite, quando estavam tôdas recolhidas, Doisolhinhos pegou os intestinos da cabra e, ocultamente, enter- rou-os diante da porta de casa, tal como lhe aconselhara a feiticeira.
No dia seguinte, quando despertaram, as irmãs, chegando à janela, viram uma árvore estupenda, maravilhosa, coberta de folhas de prata, no meio das quais balou- çavam lindas maçãs de ouro; tão lindas como certamente não existiam iguais no mundo. Mas não sabiam de que maneira havia surgido ali, durante a noite. Somente Doisolhinhos compreendeu que a árvore surgira dos intestinos da cabra, enterrados justamente naquele lugar.
A mãe, então, disse a Olhinho:
- Minha filha, trepa na árvore e colhe algumas frutas para nós.
Olhinho obedeceu; mas, quando ia colhêr uma fruta, os galhos fugiam-lhe das mãos; por mais que fizesse, sempre que ia agarrar uma fruta, esta fugia-lhe e não conseguiu apanhar uma. Então a mãe disse à outra filha:
- Trêsolhinhos, vai tu; com os teus três olhos poderás ver melhor que tua irmã.
Ela trepou na árvore, mas não teve melhor êxito. Por mais que olhasse e fizesse, as maçãs de ouro fugiam- -lhe das mãos e ela nada conseguiu.
A mãe acabou por perder a paciência e trepou ela mesma na árvore; mas teve a mesma sorte das filhas. Então Doisolhinhos ofereceu-se para colher as frutas. As irmãs disseram, desdenhosamente:
- Que podes fazer tu, com êsses dois olhos?
Ela não se importou e trepou na árvore; as maçãs não se retraiam dela; ao contrário, apresentavam-se espontâneamente ao alcance de sua mão de maneira que ela conseguiu encher o avental. A mãe tomou-lhas tôdas e, em vez de tratá-la melhor, como era sua obrigação, ela e as outras duas filhas, cheias de inveja, começaram a maltratá-la ainda mais.
Certo dia, encontravam-se as três môças ao pé da árvore, quando viram aproximar-se garboso cavaleiro.
- Depressa, Doisolhinhos, - exclamaram as outras; - corre, vai esconder-te debaixo do barril, pois não queremos envergonhar-nos por tua causa.
E, mais que depressa, empurraram a irmã, jogando- -lhe em cima um barril vazio, escondendo também as maçãs que haviam colhido.
O cavaleiro já estava bem próximo e as duas irmãs viram que êle era muito formoso. Deteve-se ao pé da árvore e ficou a admirar os belos frutos de ouro, depois disse:
- A quem pertence esta bela árvore? Quem me der um galho dela, pode pedir-me em troca o que quiser.
Olhinho e Trêsolhinhos responderam que a árvore pertencia a elas e que de bom grado lhe davam o galho pedido. E as duas esforçaram-se, mas inutilmente, para apanhar um galho, pois êste sempre lhes fugia das mãos, e, por mais que fizessem, nada conseguiram.
Então, o cavaleiro disse:
- E' estranho que, pertencendo-vos esta árvore, não possais arrancar-lhe um galho!
As duas môças continuaram insistindo que a árvore lhes pertencia realmente; mas, enquanto assim falavam, Doisolhinhos empurrou para fora do barril as maçãs de ouro e estas rolaram até aos pés do cavaleiro, porque a irritava ouvir Olhinho e Trêsolhinhos afirmarem o que não era verdade.
O cavaleiro ficou surpreendido ao ver aquelas maçãs rolando para junto dêle e perguntou de onde vinham. Olhinho e Trêsolhinhos responderam que tinham outra
irmã mas que não podia mostrar-se porque só tinha dois olhos, como a gente ordinária. O cavaleiro, porém, quis vê-la e gritou:
- Doisolhinhos, vem cá; apresenta-te!
Muito contente e cheia de esperanças, ela saiu debaixo do barril, deixando o cavaleiro admirado de sua grande beleza. Êste perguntou-lhe:
- Tu, Doisolhinhos, com certeza podes dar-me um galho dessa linda árvore!
- Posso, sim, - respondeu ela - porque essa árvore é minha.
Trepou, àgilmente, pelo tronco acima e, sem a menor dificuldade, apanhou um galho com as mais lindas folhas de prata, carregado de frutas de ouro, e entregou-o ao môço, o qual disse:
- Que devo dar-te, em troca disto?
- Ah, - respondeu Doisolhinhos - aqui padeço fome o dia inteiro e tôda espécie de maus tratos; se quisésseis levar-me embora, eu seria muito feliz.
O cavaleiro colocou-a no arção da sela e levou-a para o castelo de seu pai. Lá, mandou que lhe dessem trajes suntuosos e a melhor alimentação. Tendo-se apaixonado loucamente por ela, desposou-a em meio a grandes festas e alegria.
Quando o cavaleiro levou consigo Doisolhinhos, a sorte desta aumentou incrivelmente a inveja das duas irmãs, que se consolaram, pensando: "Resta-nos, todavia, a árvore maravilhosa e, embora não possamos colher seus lindos frutos, ela atrairá a atenção de todos os transeuntes, que virão até cá para admirá-la; quem sabe se não teremos também uma feliz sorte?"
Mas, na manhã seguinte, viram, desapontadas que a árvore tinha desaparecido desvanecendo-se assim as suas esperanças. E Doisolhinhos, ao olhar para fora da janela, viu com grande alegria que a sua árvore a havia acompanhado e estava lá diante dela.
Doisolhinhos viveu longamente, muito feliz, mas certo dia, apresentaram-se ao castelo duas mendigas pedindo esmola. Olhando para elas atentamente, Doisolhinhos reconheceu suas irmãs, Olhinho e Trêsolhinhos, reduzidas a tamanha miséria que eram obrigadas a mendigar de porta em porta.
Ela, porém, acolheu-as amàvelmente. E no castelo foram muito bem tratadas e assistidas, acabando por arrepender-se, sinceramente, de todo o mal causado à boa irmãzinha durante a sua juventude.
Volt egyszer egy asszony s annak három leánya. A legidősebb leányt Egyszemünek hívták, mert annak csak egy szeme volt, a homloka közepén; a középsőt Kétszeműnek, mert annak két szeme volt, mint más embernek; a harmadikat Háromszemünek, mert annak három szeme volt, még pedig egy ennek is a homloka közepén. Kétszemüt, merthogy olyan volt, mint más közönséges ember, nem állhatta még az édes anyja sem, hát még a testvérei! Ha lehetett volna, megfojtják egy kanál vízben. Folyton szidták, verték, rongyos ruhában járatták, ételmaradékon tartották s azt is mikor kapott, mikor nem, de már annál bővebben kijutott része a munkából.
Történt egyszer, hogy Kétszemü kiment a rétre a kecskével. Egész nap őrizni kellett azt, pedig reggel alig hajitottak neki egy falás kenyeret. Nagyon éhes volt szegény, leült s keservesen sírt magában. Amint így sirdogált, egyszerre csak melléje lép egy szép asszony, aki nagyon hasonlitott Szűz Máriára (bizonyosan ő is volt és senki más) s kérdi:
- Miért sírsz, Kétszemü?
- Hogyne sírnék, mikor azért, mert két szemem van mint más embernek, sem anyám sem testvéreim nem szenvedhetnek, ütnek, vernek, éheztetnek, rongyosan járatnak. Most is olyan éhes vagyok, hogy majd meghalok!
Mondta Szűz Mária:
- Ne sírj, Kétszemü, ne félj, nem éhezel többet, csak szólj a kecskédnek:
Kecském, kecském, jer ide,
Teríts asztalt izibe, -
meglásd, mindjárt terített asztal áll előtted, ehetsz, amennyi beléd fér. Hogyha aztán jóllaktál, s nincs szükséged az asztalra, szólj csak megint a kecskének:
Kecském, kecském, jer ide,
Vidd az asztalt izibe, -
s mindjárt eltünik az asztal, mintha föld nyelte volna el.
Ezt mondotta Szűz Mária s azzal elment. Gondolta Kétszemü, ő bizony mindjárt meg is próbálja, mert szörnyen éhes, s mondta:
Kecském, kecském, jer ide,
Terits asztalt izibe!
Alig, hogy kimondta az utolsó szót, előtte állott egy kicsiny asztalka, megterítve szépen, aranykanál, kés, villa rajta, étel, ital bőven. Kétszemü szépen összekulcsolta a kezét, elmondotta az asztali imádságot, aztán evett, ivott s mikor jóllakott, szólt ismét:
Kecském, kecském, jer ide,
Vidd az asztalt izibe.
Abban a pillanatban eltünt az asztal s ami rajta volt, minden.
Este, mikor haza ment a kecskével, valami maradék ételt vetettek eléje, de Kétszemü hozzá sem nyult, reggel pedig, mikor a kecskét kihajtotta a rétre, otthon hagyta a neki szánt száraz kenyeret. Első nap, második nap a testvérei nem vették ezt észre, de mikor napról napra igy történt, mégis csak észrevették s erősen csudálkoztak.
- Ez valami tilos úton jár, mondták egymásnak. Bizonyosan valaki enni ad neki a réten. Meg kell nézni, mi van a dologban!
Elhatározták, hogy másnap Egyszemű is kimegy a rétre, mintha ő is őrizni akarná a kecskét. De Kétszemű megsejdítette, hogy Egyszemű miben sántikál s mikor a kecskével kiértek a mezőre s ottan belecsapták a jó magas fűbe, mondta Egyszeműnek:
- Üljünk le, Egyszemű, majd énekelek neked.
Fáradt volt Egyszemű nagyon a rekkenő melegtől s a szokatlan járástól-keléstől s Kétszemű folyton ezt énekelte:
Ébren vagy-e, Egyszemű?
Aluszol-e, Egyszemű?
Addig énekelt, hogy Egyszemű elálmosodott s elaludt. Csak erre várt Kétszemű, elmondta a mondókáját, az asztal megterűlt, evett, ivott, aztán mondta:
Kecském, kecském, jer ide,
Vidd az asztalt, izíbe.
- s azonnal eltűnt az asztal. Akkor Kétszemű felébresztette Egyszeműt s mondta neki:
- Na, te szépen megőriznéd a kecskét. Tőled ugyan világgá mehetne. De most jerünk haza, esteledik már!
Otthon Kétszemű ismét maradék ételt kapott, de nem nyúlt hozzá s Egyszemű sem tudott semmit mondani, mivelhogy aludott egész nap.
Másnap reggel Háromszemű ment vele a rétre, Kétszemű neki is elkezdett énekelni:
Háromszemű ébren vagy-e?
De ahelyett, hogy így folytatta volna:
Háromszemű aluszol-e?
így folytatta:
Kétszemű te, aluszol-e?
s folyton ezt énekelte:
Háromszemű ébren vagy-e?
Kétszemű te, ébren vagy-e?
Erre az énekre bekoppant Háromszeműnek a két szeme, ez a két szem el is aludott, de a harmadik nem. Háromszemű behunyta ugyan ravaszságból a harmadik szemét is úgy féligre, hogy jól lásson mindent, a mi történik. Mikor aztán Kétszemű azt hitte, hogy Háromszemű aluszik, mondta az ő mondókáját:
Kecském, kecském, jer ide,
Teríts asztalt izibe!
Az asztal megterűlt, evett ivott, aztán mondta:
Kecském, kecském, jer ide,
Vidd az asztalt izibe!
Eltűnt az asztal, mintha nem is lett volna.
Akkor Kétszemű felébresztette Háromszeműt s mondta neki:
- No, te is szépen megőriznéd a kecskét! Egész nap aludtál. De most csak menjünk haza.
Mikor hazamentek, Kétszemű hozzá sem nyúlt a maradék ételhez, de most már akár nyúlt, akár nem: a Háromszemű elmondta, mit látott.
- Úgy-e, mondta az asszony. Hát ő jobban akar élni, mint mi! No, megállj!
Még aznap este megölték a kecskét, hogy többet asztalt ne teríthessen Kétszeműnek. Hej, sirt szegény Kétszemű, nem volt otthon maradása, kiment a rétre, ott leűlt, úgy sírt, úgy kesergett magában. Hát egyszerre csak ott áll mellette Szűz Mária s kérdi:
- Mért sírsz, Kétszemű?
- Hogyne sírnék, mikor az én drága, jó kecskémet, ki nekem asztalt terített, megölte az anyám. Most megint éhezhetek, mint azelőtt!
Mondotta Szűz Mária:
- Ne sirj, hanem menj haza, s kérjed a testvéreidet, hogy adják neked a kecske körmét, azt temesd el az ajtótok elé, meglásd, hogy szerencsét hoz az reád.
Ezt mondta Szűz Mária, azzal eltűnt, Kétszemű pedig haza ment s mondta testvéreinek:
- Halljátok-e, adjatok nekem is valamit a kecskéből. Adjátok nekem legalább a körmét.
- Na, azt ugyan viheted, kacagtak a leányok s oda dobták neki a kecske körmét. Kétszemű este lopva elásta a körmöt az ajtó elé s aztán lefeküdt, mintha semmi sem történt volna.
Másnap reggel, mikor fölkeltek s kiléptek az ajtó elé, majd megvakúltak a szertelen ragyogástól: egy csudaszép aranyalma-fa állott az ajtó előtt, szebbnél-szebb aranyalmák csakúgy megfonták az ágait. Ámúltak, bámúltak, nem tudták elgondolni, hogy kerűlt oda az aranyalma-fa, csak Kétszemű sejtette, hogy ez a kecske körméből nőtt ki, semmi egyébből.
- Eredj, Egyszemű, mondta az anyja, mássz fel a fára s szedj almát róla.
Egyszemű felmászott a fára, de amint az almák után nyúlt, az ágak kiszaladtak a kezéből, nem volt annyi istenes lelke, hogy csak egy almát is le tudjon szakítani. Most Háromszeműt küldötte fel az anyja, de hiába kinlódott, kapaszkodott erre, arra, ő sem tudott leszakítani, de még egy almát sem.
- Hátha nekem sikerűlne, mondotta Kétszemű. Talán megpróbálom.
- Ugyan, mit akarsz a két szemeddel? csúfolódtak vele a testvérei. Feküdjél le s aludjál.
De Kétszemű mégis felmászott a fára s im, az ágak nem távolodtak el tőle, de sőt inkább mintha önként hajlottak volna feléje, s egy jó kötény aranyalmát hozott le a fáról.
Most még jobban irígykedtek Kétszeműre, még rosszabbúl bántak vele, mint eddig, ahelyett, hogy megbecsűlték volna.
Na, telt, múlt az idő, egyszer a leányok éppen a fa mellett állottak mind a hárman, mikor arra jött egy dali, szép királyfi. Ahogy a leányok meglátták, rögtön elbújtatták Kétszeműt egy üres hordó alá, mely ott állott a fa mellett. Azért bújtatták el, mert Kétszemű rongyos volt szegény s szégyenlették. Jön a királyfi, megáll, csodálja a fát, kérdi a leányoktól, hogy: - Kié a fa? Aki neki abból egy ágat adna, kivánhatna tőle akármit.
- Kié volna, mint a miénk, felelt Egyszemű, meg Háromszemű begyesen s mindaketten neki estek a fának, hogy egy ágat leszakítsanak, de hiába erőlködtek, csak egy levélkét sem tudtak leszakítani.
- Na, ez igazán csodálatos, mondotta a királyfi, hogy a tiétek a fa s még sem tudtok egy ágat leszakítani róla.
A leányok váltig erősítették, hogy övék a fa, de amíg erősködtek, kigurúlt a hordó alól egy pár aranyalma, éppen a királyfi lábához. Kétszemű gurította ki haragjában, mert a testvérei nem az igaz valóságot mondották.
- Hát ezek az almák honnét gurúltak ide? kérdezte a királyfi.
Nagy kénytelen-kelletlen megmondták, hogy van nekik egy csúnya, rongyos Kétszemű testvérük, az gurított ki almát, mert mindig van alma nála, lopja, lopocskolja az almát, mikor ők nem látják.
- Jere csak elé, Kétszemű, szólt a királyfi, hadd lássalak!
Kétszemű kibújt a hordó alól, de bezzeg szeme-szája tátva maradt a királyfinak, mert hiszen rongyosnak rongyos volt Kétszemű, de olyan szép, hogy a napra lehetett nézni, de reá nem.
- Tudnál-e egy ágat letörni nekem? kérdezte a királyfi.
- Hogyne tudnék, mondotta Kétszemű. Enyém ez a fa!
Abban a pillanatban letört egy ágat s odaadta a királyfinak.
- Mit adjak cserébe, Kétszemű? kérdezte a királyfi.
- Semmit, felelt Kétszemű, csak vigy magaddal, mert itt folyton éhezem, ütnek, vernek, csúfolnak engem.
- Bizony ha úgy, jere velem, mondotta a királyfi, enyém vagy te s enyém is leszel, míg a világ s még két nap!
Azzal fölkapta a nyeregbe s úgy elvágtatott vele, mint a gondolat. Még az nap megérkeztek a királyi palotába, ott Kétszeműt felöltöztették aranyos ruhába, papot hívattak, nagy lakodalmat csaptak, hét nap s hét éjjel állott a lakodalom.
Még csak most irígykedtek igazán Kétszeműre a testvérei, mikor látták, hogy milyen nagy szerencse érte.
- No, vígasztalták magukat, legalább az aranyalma-fa nekünk maradt. Aki erre jár, megcsodálja s ki tudja, még minket is érhet nagy szerencse.
Bezzeg lefittyent másnap reggel az ajakuk! Az ám, hire, pora sem volt az almafának, még az éjjel eltűnt s reggel ott állott a Kétszemű ablaka alatt!
Most már csakugyan várhatta a szerencsét Egyszemű s Háromszemű. Merthogy nem dolgoztak, leszegényedtek, koldulásra vetemedtek. Igy járták be az országot s egyszer csak betévedtek a király udvarába is, oda, hol Kétszemű volt a királyné. Hallja egyszer Kétszemű, hogy künn az ajtó előtt keservesen síránkozik két asszony, kimegy, nézi, nézi őket, hát Egyszemű az egyik, Háromszemű a másik. De bezzeg elfelejtette, hogy vele olyan cudarúl bántak, szép gyengén megfogta a kezüket, bevezette, jól megvendégelte s többet el sem eresztette őket. Így volt, vége volt, mese volt.