Os mais belos contos de Grimm
Irmãos Grimm (Página 2)
26Os três cabelos de ouro do Diabo
Houve, uma vez, uma mulher muito pobre, que deu à luz um menino e, como este nascera com a túnica da sorte, predisseram-lhe que, aos catorze anos se casaria com a filha do rei. Eis que, decorrido pouco tempo, o rei foi àquela aldeia sem que soubessem que era ele; quando perguntou à gente do lugar pelas novidades locais, logo lhe responderam: - Nasceu, nestes dias, um menino com a túnica da sorte. Quem nasce com essa túnica será muito feliz e, faça o que fizer, tudo lhe sairá bem. Predisseram-lhe, ademais, que aos catorze anos se casará com a filha do Ouvindo isso, o rei, que era de mau coraçãoLer o conto → 27Os seis cisnes
Certa vez, um rei caçava numa grande floresta e perseguia a caça com tal empenho que nenhum dos componentes do seu séquito conseguia acompanhá-lo. Quando anoiteceu, o rei deteve-se, olhou à sua volta e viu que se tinha extraviado. Procurou um caminho para sair da floresta, mas não o encontrou. Nisso viu aproximar-se uma velha com a cabeça bamboleante; era uma bruxa. - Boa mulher, - disse-lhe ele, - não poderíeis indicar-me o caminho através da floresta? - Oh, sim, Majestade, - respondeu ela - posso, naturalmente, mas com uma condição; se não a cumprirdes, porém, nunca mais saireis da florestaLer o conto → 28Rosicler (A Bela Adormecida no Bosque)
Houve, uma vez, um rei e uma rainha que diariamente diziam: Ah, se tivéssemos um filho! Mas o filho não havia meios de chegar. Certo dia, estava a rainha tomando banho e eis que da água pula uma rã dizendo-lhe: - Teu desejo se realizará; antes que tenha decorrido um ano, terás uma menina. A profecia da rã confirmou-se e a rainha teve uma menina tão linda que o rei não cabia em si de alegria e organizou uma esplêndida festa. Não só convidou os parentes, amigos e conhecidos, como também as fadas, para que fossem propícias e benévolas para com a recém-nascida. No reino, havia treze fadas, mas eleLer o conto → 30A rainha das abelhas
Certa vez, dois filhos de rei saíram em busca de aventuras e se entregaram a uma vida tão desregrada e dissoluta que nem se lembravam de voltar para casa. O mais moço, que era chamado de Bobo, saiu à procura de seus irmãos; quando finalmente os achou, só ouviu caçoadas, porque, sendo tão ingênuo, pensava em vencer na vida, enquanto eles, muito mais espertos, não tinham conseguido. Os três puseram-se a caminho juntos e chegaram a um formigueiro. Os dois mais velhos quiseram remexer nele para ver as formigas fugirem alvoroçadas carregando os próprios ovos, mas o Bobo lhes disse: - Deixem os bichLer o conto →
31As três fiandeiras
Uma moça, bonita e prendada, não encontrava casamento, embora muito merecesse um bom estado. Ia sempre à missa das almas, pela madrugada, e rezava seu rosário para elas. Perto da casa da moça morava um homem rico e solteiro que dizia só casar-se com a melhor fiandeira da cidade. A moça sabendo essa notícia, ia comprar linho à casa do rico, dizendo fiá-lo todo num só dia. O homem ficava pasmado, vendo uma moça tão trabalhadora. Não dando inteiro crédito ao que ouvia, uma manhã, em que a moça apareceu para mercar um pouco de linho, disse-lhe em tom de brincadeira: moça, se esse linho é fiado numLer o conto → 32O bom negócio
Era uma vez um camponês que tinha levado a sua vaca para a feira, e a vendeu por sete táleres. No caminho de volta para casa ele tinha de passar por um lago, e já de longe ele ouvia os sapos gritando: Iquá, quá, quá, quá! - Bem, disse ele para si mesmo, eles não sabem o que estão dizendo, são sete táleres que eu recebi não quatro. Quando ele entrou na água, o camponês gritou para eles: - Criaturas estúpidas que vocês são! Vocês não sabem de nada! São sete táleres e não quatro. Os sapos, no entanto, continuavam a mesma ladainha, Iquá, quá, quá, quá! - O quê, vocês não acreditam, eu posso mostraLer o conto → 33Os três irmãos
Houve, uma vez, um homem que tinha três filhos e não possuía outros bens, além da casa em que habitava. Cada um dos filhos desejava que o pai, ao morrer, lhe deixasse a casa em testamento e o pai, que amava todos igualmente, não sabia como proceder para não contrariar nenhum deles. Vendê-la não queria, porque a herdara de seus pais e desejava transmiti-la aos filhos. Depois de muito refletir, disse-lhes: - Meus filhos, ide por esse mundo; trate cada um de aprender um ofício e, quando regressardes e mostrardes as vossas habilidades, o que realizar a melhor obra de arte, esse será o herdeiro daLer o conto → 35Os dois irmãos
Era uma vez dois irmãos, um rico e outro pobre. O rico era ourives, e malvado até não poder mais. O pobre ganhava a vida fabricando vassouras, e era bom e honesto. O pobre tinha dois filhos, dois gêmeos iguaizinhos como duas gotas d'água. De vez em quando, eles iam até à casa do rico e, às vezes, ganhavam umas sobras de comida. Um dia, o fabricante de vassouras foi até o bosque apanhar uns gravetos de bétula e viu um pássaro todo dourado, mais bonito do que qualquer outra ave que ele jamais tivesse visto. Pegou uma pedra, jogou nele, e atingiu o pássaro, mas de raspão. Uma pena caiu no chão eLer o conto → 36Olhinho, Doisolhinhos, Trêsolhinhos
Era, uma vez, uma mulher que tinha três filhas. A mais velha chamava-se Olhinho, porque só tinha um ôlho no meio da testa; a segunda chamava-se Doisolhinhos, porque tinha dois olhos, como todo mundo; e a terceira, chamava-se Trêsolhinhos, porque tinha três olhos: o terceiro estava no meio da testa. Mas como Doisolhinhos era igual ao resto da humanidade, a mãe e as outras irmãs, detestavam-na. Por isso diziam: - Tu, com os teus dois olhos, não és nada diferente da gente vulgar! Nada tens em comum conosco! Viviam a enxotá-la de um lado para outro aos empurrões; atiravam-lhe os piores vestidos e,Ler o conto → 38Os três homenzinhos na floresta
Havia um homem cuja mulher morrera, e uma mulher cujo marido morrera; e o homem tinha uma filha, e a mulher tinha uma filha também. As meninas vieram a se conhecer, foram passear juntas e, mais tarde, chegaram à casa da mulher. Esta disse, então, à filha do homem: - Escuta, dize a teu pai que eu gostaria de me casar com ele; terás, todas as manhãs, leite para te lavares e vinho para beber; minha filha porém, terá água para se lavar e água para beber. A menina foi para casa e contou a seu pai o que a mulher havia dito. - Que devo fazer? – disse o homem. – O casamento é uma alegria e é, também,Ler o conto → 39O fiel João
Houve, uma vez, um velho rei que, sentindo-se muito doente, pensou: Este será o meu leito de morte! - disse, então, aos que o cercavam: - Chamem o meu fiel João. O fiel João era o seu criado predileto, assim chamado porque, durante toda a vida, fora-lhe extremamente fiel. Portanto, quando se aproximou do leito onde estava o rei, este lhe disse: - Meu fidelíssimo João, sinto que me estou aproximando do fim; nada me preocupa, a não ser o futuro de meu filho; é um rapaz ainda inexperiente e, se não me prometeres ensinar-lhe tudo e orientá-lo no que deve raber, assim como ser para ele um pai adotiLer o conto → 41A palhinha, a brasa e o feijão
Morava numa aldeia uma pobre velhinha que, tendo colhido um prato de feijões, dispunha-se a cozinhá-los. Para isto, preparou o fogo e, para que acendesse mais depressa, deitou nele um punhado de palhas. Ao despejar os feijões na panela, deixou cair, inadvertidamente, um grão, que foi parar junto de uma palhinha no chão; ao mesmo tempo, saltou também uma brasa do fogão que foi parar junto deles. A palhinha então perguntou: - Caros amigos, como viestes parar aqui? - Por sorte minha saltei do fogão, - disse a brasa - e, se não tivesse sido esperta, era certa a morte, pois acabaria em cinzas. O feLer o conto → 42O príncipe e a princesa
Houve, uma vez, um rei que tinha um filhinho e as estrelas diziam que aos dezesseis anos seria morto por um veado. O príncipe, tendo completado os dezesseis anos, foi certo dia caçar na floresta, junto com os seus monteiros, e na floresta separou-se dêles, tendo avistado um enorme veado, ao qual apontou a espingarda; atirou mas não atingiu o alvo. O veado pôs-se a correr sem parar, perseguido pelo príncipe; depois de muito correr, o veado saiu fora da floresta e de repente, no lugar dele, apareceu um homem muito grande. - Ainda bem que te apanhei - disse òle - já gastei seis pares de patins deLer o conto → 43Os gnomos (Histórias de anões)
PRIMEIRO CONTO Houve, uma vez, um sapateiro que, não por sua culpa, ficara tão pobre que só lhe restava couro para um único par de sapatos. A noite, cortou o couro para fazer os sapatos no dia seguinte; e, como tinha a consciência tranquila, deitou-se na cama, encomendou-se ao bom Deus e dormiu sossegada mente. Pela manhã, após recitar as orações, dirigiu-se á mesa para trabalhar; mas deparou com o# sapatos já prontos, file admirou-se e não sabia o que pensar a este respeito. Pegou nas mãos os sapatos para observá-los mais de perto e viu que estavam tão perfeitos que não havia um único ponto eLer o conto → 45O ratinho, o passarinho e a linguiça
Era uma vez um ratinho, um passarinho e uma linguiça, que resolveram viver em sociedade e, juntos, com grande harmonia, governavam a casa. Viveram muito tempo magnificamente, sem aborrecimentos, fazendo prosperar o patrimônio comum. A tarefa do passarinho consistia em voar todos os dias à floresta e catar lenha; ao ratinho cabia baldear água, acender o fogo e pôr a mesa; enquanto que a linguiça era encarregada de cozinhar. Quem vive muito bem, sempre anseia por novidades! Certo dia, o passarinho encontrou, pelo caminho, um outro pássaro e lhe decantou a feliz situação. O outro, porém, chamou-oLer o conto → 46Os seis criados
Em tempos muito remotos, existiu uma velha rainha, que era feiticeira e a filha dela era a criatura mais bela do mundo. A velha rainha só se preocupava em atrair os homens para prejudicá-los; todo pretendente que aparecia, ela informava-o de que, se quisesse casar com a filha, devia antes decifrar uma adivinhação; se não o conseguisse, teria de morrer. Muitos jovens, seduzidos pela beleza deslumbrante da princesa, arriscavam-se, mas nenhum conseguia acertar a adivinhação imposta; então, sem a menor piedade, fazia-os ajoelhar e, no mesmo instante, mandava decepar-lhes a cabeça. Um belo príncipeLer o conto → 47A amoreira
Ha muito tempo, há uns dois mil anos, havia um homem rico, casado com uma mulher muito bonita e piedosa; eles amavam-se muito mas não tinham filhos e, por mais que os desejassem e a mulher rezasse dia e noite para tê-los, não apareciam. A frente da casa havia uma amoreira. Certa vez, no inverno, a mulher estava debaixo da amoreira descascando uma maçã e, inadvertidamente, cortou o dedo; o sangue, escorrendo, caiu na neve. - Ah, - disse a mulher com profundo suspiro, olhando tristonha para aquele sangue, - se eu tivesse um menino vermelho como o sangue e branco como a neve! Mal acabara de falarLer o conto → 48O pobre e o rico
Em tempos muito remotos, quando o bom Deus ainda andava pela terra entre os homens, certa tarde, após ter caminhado muito, sentiu-se cansado e a noite o surpreendeu antes que pudesse encontrar uma estalagem. Nisso, viu lá ao longe, na estrada, duas casas: uma grande e luxuosa, outra pequena e de aspecto mesquinho; uma se defrontava com a outra de cada lado da rua. Nosso Senhor, então, pensou: Vou pernoitar na casa do rico, pois a ele não serei um peso. Dirigiu-se, pois, para a casa luxuosa e bateu na porta. O rico saiu à janela e perguntou ao viandante o que desejava. Nosso Senhor respondeu: -Ler o conto →